'Antissemitismo torna as pessoas cegas e desumaniza os outros', diz professor da Universidade de Tel Aviv durante evento em SP

  • 14/03/2025
(Foto: Reprodução)
Israelense Uriya Shavit, escritor e diretor do Instituto Irwin Cotler da Universidade de Tel Aviv, falou sobre o tema durante palestra na Unibes Cultural. Judeu ortodoxo reza no Muro das Lamentações, em Jerusalém Reuters "O antissemitismo torna as pessoas cegas, é uma teoria da conspiração e desumaniza os outros." Foi o que ressaltou o israelense Uriya Shavit, escritor e diretor do Instituto Irwin Cotler da Universidade de Tel Aviv durante palestra nesta quinta-feira (13) na Unibes Cultural, em São Paulo. O encontro com Uriya teve como tema “Antissemitismo e Desinformação: Combatendo o Ódio na Era Digital” e foi intermediado por Andréa Kogan, doutora em ciências da religião pela PUC-SP. O professor citou a definição de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto adotada a partir de 2016, além de sua relevância e impactos no mundo. Também foram mencionados estudos de caso sobre a aplicação dessa definição no contexto educacional e institucional, além de estratégias para combater o discurso de ódio. "O antissemitismo torna as pessoas cegas. É uma mentira, teoria da conspiração. A pergunta é: como lidar com o conflito quando você desumaniza o outro lado? Não há solução para o conflito porque o outro lado não é mais ser humano. Assim, o antissemitismo o torna cego e desumaniza os outros", disse. Professor Uriya Shavit, diretor do Instituto Irwin Cotler da Universidade de Tel Aviv, durante palestra nesta quinta-feira (13) na Unibes Cultural, em São Paulo Paola Patriarca/g1 Uriya afirmou que o único objetivo do grupo terrorista Hamas é a destruição do Estado de Israel. E enfatizou como o estatuto de fundação do grupo é antissemita. "Existe um aspecto sobre o 7 de outubro de 2023. Em termos estratégicos, o objetivo do Hamas do dia 1 é o mesmo e não mudou. O objetivo é ver a total eliminação e aniquilação do Estado de Israel. É um evento totalitário, e as pessoas perguntam por que não podem negociar. Mas se pensarmos o que o Hamas buscou, foi sempre a destruição do Estado de Israel", destacou. "Aqueles que acreditam nos direitos humanos, que os palestinos devem permanecer no teritório deles, deveriam querer a destruição do Hamas. As pessoas que são pró-Hamas, o interesse de verdade é que o Estado de Israel acabe. As noções antissemíticas estão embrenhadas nos discursos do Hamas. Um dos aspectos do Hamas, além da agenda totalitária, é o antissemita." LEIA MAIS EUA cancelam US$ 400 milhões em bolsas e contratos para a Universidade de Columbia por alegações de antissemitismo Israel e palestinos: entenda a história do longo conflito O professor destacou também um artigo escrito por alunos da Universidade Harvard em que os autores diziam ser a favor de boicotar Israel. "Harvard é uma universidade de elite. E me incomodou um texto feito por alunos. Um editoral em que declaram que são a favor do boicote a Israel. O que mais me incomodou não foi o boicote. Foi como era autoindulgente. Eles escreveram em prol dos palestinos. O texto era superficial, sem aprofundamento histórico. Se esse é o nível de Harvard, o que vão se tornar os Estados Unidos?" Ódio nas redes sociais Durante a palestra, o professor analisou postagens nas redes sociais para explicar quais casos seriam de antissemitismo e quais não. Um deles era sobre um influenciador brasileiro que rasgou a bandeira de Israel durante o carnaval de Salvador e a jogou no lixo. A bandeira estava com um grupo de pessoas. Durante análise, ele ressaltou: "As mídias sociais têm que ser mudadas radicalmente. Daqui a 40 anos as pessoas estarão chocadas por terem sido parte deste experimento". Palestra com o israelense Uriya Shavit, escritor e diretor do Instituto Irwin Cotler da Universidade de Tel Aviv, Paola Patriarca/g1 Uriya também falou sobre a gravidade de disseminar informações falsas e discursos de ódio na era digital. "Há alguns anos, as pessoas achavam que o homem não tinha ido até a Lua, que Elvis [Presley] não estava morto. Mas havia editores que, se eu escrevesse 50 anos atrás que eu tinha visto Elvis saindo de um shopping, ninguém publicaria. Hoje qualquer coisa é publicada, inclusive mentiras. E as pessoas não conseguem distinguir a verdade da mentira", disse. "Importante destacar que as pessoas começaram a viver em uma bolha. Se disserem que os judeus espalharam a Covid-19 e escutarem várias vezes isso, eles acharão que é verdade. Ódio é sempre perigoso e só é permitido porque as pessoas são indiferentes. As pessoas que são maldosas só conseguem fazer porque a maioria permanece indiferente." Professor Uriya Shavit, diretor do Instituto Irwin Cotler da Universidade de Tel Aviv, durante palestra nesta quinta-feira (13) na Unibes Cultural, em São Paulo Paola Patriarca/g1

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/03/14/antissemitismo-torna-as-pessoas-cegas-e-desumaniza-os-outros-diz-professor-da-universidade-de-tel-aviv-durante-evento-em-sp.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Anunciantes